Voluntários garantem apoio no terreno contra a COVID-19 em São Tomé e Príncipe

1 de March de 2021

Foto: Edlena Barros

Roberto Beiro está quase a terminar o seu trabalho voluntário em São Tomé e Príncipe. Enfermeiro intensivista a trabalhar nos Cuidados Intensivos do Hospital Ayres de Menezes (HAM), único hospital de referência no país, Roberto faz parte de uma equipa de oito especialistas voluntários das Nações Unidas contratados pelo PNUD em resposta ao pedido do Governo para o combate à COVID-19.

No primeiro mês no HAM a sua rotina de trabalho consistia em conhecer como trabalhava a equipa médica que atendia os pacientes nos cuidados intensivos. “A forma de trabalhar é diferente, os recursos também, e por isso precisava aprender antes de poder contribuir com a minha experiência”.

A realidade que Roberto encontrou aqui é bem diferente daquela que conhecia de Espanha, país de onde é natural, e da Inglaterra onde trabalhava.

“Tive que apender a usar ferramentas de trabalho por mais tempo do que teria feito na Inglaterra, reaproveitar dentro das condições de segurança”, afirmou.

Roberto afirma que teve a sorte de encontrar um grupo muito bom de enfermeiros e médicos que o receberam da melhor forma e que criou um ambiente muito bom de trabalho.

“O seu trabalho é muito bom, com muito profissionalismo ajustou-se à realidade que encontrou e também traz muita experiência que é partilhada com todos que trabalham com ele.  Temos muitas carências de recursos humanos e sua presença aqui vem num momento muito bom”, disse o médico internista, Armando Oconnor.

Após alguns meses de trabalho ele começou a propor pequenas mudanças, que segundo ele iria, dentro da realidade do país, melhorar o tratamento prestado aos doentes que estão nos CI, dentro dos padrões internacionais. “Atualmente, nos cuidados intensivos todos os enfermeiros que estão no turno cuidam de todos os pacientes. Espero que até terminar a minha missão possamos ter enfermeiros designados para pacientes específicos, tornando o cuidado mais especializado”.

A vinda do enfermeiro Roberto a São Tomé e Príncipe foi possível com a mobilização de fundos feita junto do Governo Canadense. “Este fundo foi um trabalho conjunto de três agências, PNUD, Unicef e UN-Habitat. Cada uma submeteu uma fez o seu plano de atividade que foi submetido conjuntamente e a vinda dois voluntários foi uma das nossas prioridades” disse o Assistente da Representante Residente do PNUD para Programa, Adérito Santana.

Além do apoio dado nos cuidados intensivos, Roberto Beiro ministrou conjuntamente com Hugo Paula, também enfermeiro voluntário das Nações Unidas, uma formação sobre como tratar pacientes nos cuidados intensivos, destinada a 100 enfermeiros do sistema nacional de saúde.