A importância dos dados na gestão da crise

5 de April de 2021

Foto: Edlena Barros

Joyce Pimentel é Brasileira e está em São Tomé e Príncipe desde finais de janeiro de 2021 como Voluntária Internacional das Nações Unidas. Ela foi contratada pelo PNUD, por um período de seis meses, como resposta à solicitação do Governo para apoiar o combate à pandemia da COVID-19 no arquipélago.

Especialista em seguimento e avaliação, ela integra atualmente a equipa nacional do Sistema de Informação Sanitária do Ministério da Saúde. “Quando cheguei ao país acompanhei a finalização dos relatórios anuais que o Centro Nacional de Endemias faz para prestar contas ao Fundo Global no combate à Malária, Tuberculose e VIH. Após isso, comecei a trabalhar com a equipa nacional no fortalecimento do DHIS2 do SIS”, afirmou Joyce.

O DHIS2 é a plataforma de recolha de dados do Ministério de Saúde, responsável pela compilação de vários dados de saúde importantes para o país e peça fundamental para a compilação e tratamento das informações durante todo o mapeamento dos casos de COVID-19 no país e a campanha nacional de vacinação.

Joyce ainda está na fase de adaptação, de conhecer a realidade e forma de trabalhar dos técnicos nacionais.

Fazer com que os gestores e coordenadores dos programas e projectos entendam a importância da informação para a tomada de decisão constitui, até agora, um dos maiores desafios que ela e a equipa nacional do SIS trabalham neste momento. De acordo com a Joyce, existe uma base de relatórios com dados de todas as actividades para os financiadores e parceiros, mas é algo que não é feito pensando na utilização dessas informações para melhorar a gestão diária dos projectos

“Os dados não são só para reportar aos financiadores, mas para fazer gestão. Vamos começar a trabalhar agora numa estratégia de advocacia junto dos coordenadores dos programas para conseguirmos passar essa mensagem: estratégias baseadas em dados têm mais chances de serem efectivas”, disse ela.

Joyce Pimentel é parte de um grupo de seis especialistas Voluntários das Nações Unidas contratados pelo PNUD, com o apoio da Agência Francesa de Desenvolvimento, para apoiar São Tomé e Príncipe no combate à pandemia da COVID-19.

“Eu trabalho com seguimento e avaliação há mais de 10 anos. E quando se chega num país novo, eu acho que consigo trazer um olhar novo de fora sobre o que está a ser feito, pois muitas vezes estamos acostumados a fazer as coisas do nosso jeito que esquecemos de colocar esse trabalho em perspetiva”.

São Tomé e Príncipe é o primeiro país em que trabalha como Voluntária das Nações Unidas, mas ela já acumula uma vasta experiência, dentro da sua área de especialização, no Brasil e em vários outros países na América Latina e em Moçambique.