Estudo avalia a perceção dos são-tomenses sobre a vulnerabilidade climática

30 de October de 2019

Foto: Edlena Barros

A sala de Conferência do Sistema das Nações Unidas acolheu no dia 30 de outubro, a apresentação do relatório preliminar da “Avaliação da Vulnerabilidade com base na Percepção do Risco Climático” no âmbito das actividades das intervenções do projecto Adaptação as Mudanças climáticas, financiado pelo GEF através do PNUD. O estudo, sensível a questão do género, teve por objectivo reunir e analisar dados relevantes e elaborar um relatório sobre as percepções face aos principais parceiros (CIAT, CADR, CATAP, DADR, Dir. Pescas, Dir. Pecuária e Câmaras Distritais) e beneficiários (21 comunidades rurais de 5 distritos em ST e 5 comunidade da RAP) das intervenções do projecto em relação à sua vulnerabilidade às mudanças climáticas, o impacto que as intervenções tomadas para lidar como essas vulnerabilidades tiveram em suas vidas e meios de subsistência e futuras prioridades de acção e comunicação sobre questões de mudança climática.

Quais são as atitudes das comunidades e instituições nacionais em relação à adaptação às mudanças climáticas, a sua consciência sobre o problema e a vontade de se adaptarem? O que é necessário fazer e o que está a ser feito para lidar com os riscos climáticos e qual é o impacto das mudanças climáticas no quotidiano das comunidades e nos seus meios de subsistência? Qual a responsabilidade e a capacidade percebida pelas comunidades e instituições para se adaptarem aos impactos das mudanças climáticas?

Essas foram algumas das muitas questões colocadas a 236 pessoas que responderam ao inquérito elaborado. Foram entrevistados agricultores, criadores de animais, directores, técnicos do Ministério da Agricultura, homens e mulheres entre os 16 e os 90 anos, numa amostra representativa dos beneficiários directos e indirectos do projecto.

Os resultados preliminares deste relatório servem de linha orientadora para o projecto e também para o país uma vez que avaliam o grau de conhecimento das comunidades beneficiárias sobre as alterações climáticas e enquadram as intervenções do projecto com as expectativas da população para a resolução deste problema.

As conclusões do estudo afirmam que existe, por parte dos beneficiários directos e indirectos entrevistados, a predisposição para agir no sentido de minimizar os impactos negativos das mudanças climáticas, tanto em termos de aprendizagem e aplicação de novas técnicas de cultivo, como de construção de infraestruturas de protecção de bens ou culturas e/ou sua deslocação para locais mais seguros, assim como a disponibilização de tempo para trabalho comunitário, entre outras.

De uma forma geral, não se constatou diferença entre o padrão de respostas femininas e masculinas, havendo paridade no beneficio entre os dois géneros.

O Projecto Adaptação às Mudanças Climáticas,está na sua recta final e dentre as várias intervenções realizadas nas suas 26 comunidades em São Tomé e na Região Autónoma do Príncipe (apoio a produção em estufa, construção e reabilitação de sistemas de irrigação, formações para combater pragas e doenças, construção de pocilgas comunitárias, centro de transformação e processamento de pescado, arcas solares, reabilitação da pista rural, desassoreamento do rio e formação em terraceamento, apoio a avicultura, fomento da produção) procurou fortalecer a resiliência das comunidades rurais face aos efeitos das alterações climáticas.